Relógio Monumental instalado na Torre do Palácio Nacional da Pena voltou a funcionar após 25 anos de paragem

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A Parques de Sintra concluiu os trabalhos de recuperação do mecanismo do Relógio Monumental instalado na Torre do Palácio Nacional da Pena voltou a funcionar após 25 anos de paragem.

O restauro desta peça de relojoaria ímpar exigiu um investimento financeiro de cerca de 35.000 Este relógio foi encomendado pela rainha Carlota Joaquina e executado no Arsenal Real do Exército pelo mestre relojoeiro da Casa Real, António Rodrigues Leite, no ano de 1830, destinando-se originalmente à Real Capela da Quinta do Ramalhão.

Trata-se de um mecanismo associado a um conjunto de dois sinos, que marcam, respetivamente, o de maior dimensão, as horas e o de menor dimensão, os quartos de hora, e que, para além da data e do autor (um dos sinos é datado de 1740, da autoria de Pedro Ruis Palavra), têm representado, em relevo, Jesus Cristo na cruz.

Parcialmente retirado do seu contexto desde o início da década de 90 do século passado, com o objetivo de proceder à sua recuperação e recolocação em funcionamento, passou por várias vicissitudes, tendo a Parques de Sintra retomado o processo de recuperação em 2013.

O restauro foi conduzido por Hermínio de Freitas Nunes, relojoeiro especialista em relógios de Torre e de Salão, ao longo de 9 meses. Este especialista foi escolhido para este trabalho minucioso pela experiência que detém neste tipo de instrumentos. Do vasto currículo, fazem parte o restauro do relógio de Torre mais pequeno do mundo, pertencente à estação ferroviária de Coimbra; da Igreja do Sanguinhal, no Bombarral, da Igreja Paroquial de Ançã, em Coimbra; da Torre Municipal de Aljubarrota, da Torre Municipal de Pernes, em Santarém; e do Santuário do Senhor Jesus dos Milagres, em Fátima, entre muitos outros. É ainda, atualmente, o responsável pela manutenção do relógio do Arco da Rua Augusta, em Lisboa.

Entre outras intervenções, foram tratadas todas as peças originais existentes, nas duas principais ligas presentes, o ferro e o bronze, removendo oxidações, retificando distorções e aplicando proteções finais de estabilização em todos os elementos. Dado que se verificava já a perda de parte do mecanismo, foi necessário proceder à execução das peças em falta, nomeadamente do conjunto de transmissão do movimento, desde a máquina até à parede da Torre e desta aos ponteiros, e de engrenagens, tirantes e veios. O trem de acionamento dos ponteiros foi feito com recurso a corte por sistema de oxiplasma, assistido por computador.

Além dos elementos em falta no mecanismo principal, também as alavancas que acionam os martelos dos sinos, no piso inferior da Torre, que já não existiam, foram executadas pelo relojoeiro, com as afinações finais a serem executadas no local.

O maior desafio prendeu-se com o facto de ter sido necessário desmontar o relógio peça a peça – pois não havia outra forma de o retirar da Torre – para ser transportado para a oficina de Hermínio de Freitas Nunes, na Marinha Grande. Aí, depois de limpar e restaurar as peças existentes e de fabricar as que estavam em falta, o relógio voltou a ser montado para verificação final do seu pleno funcionamento e para as afinações finais. Voltou a ser desmontado para aplicação do acabamento final (pintura) e transportado para a Torre, o seu local original, onde foi montado uma última vez.

Para colocar o mecanismo novamente no seu lugar foi necessário o apoio de seis pessoas. Já para a colocação dos ponteiros, cujo restauro inicial ficou a cargo da empresa Archeofactu, a Parques de Sintra recorreu ao apoio de um escalador que, em rappel, desceu para os colocar de volta no seu local original.

Site: www.parquesdesintra.pt


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